10 de dez. de 2010

Ela saiu do banho e com a água ainda escorrendo, olhou-se no espelho. Olhos diferentes, rosto diferente, corpo diferente. Aquela mulher que ele tinha feito caiu por terra, morta, e hoje jazia naquele momento congelado, naquelas palavras insinuantes contemporâneas às juras de amor eterno. Enquanto ela se arrumava, era com outra que ele falava. Enquanto ela, idiotamente preparava um presente de natal antecipado e uma carta cheia daquele amor que voltava a ser o que era, ele se interessava pelos planos e pela noite de sono de outra pessoa... A mulher não existia mais, existia aquela menina acuada, tremendo, nua e molhada naquele banheiro branco...

-Roberta

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