21 de set. de 2011

Se essa história de que Deus tirou a mulher da costela do homem for verdadeira, meu amor, certamente, eu saí da sua!
Apesar dos nossos caminhos tortos, da nossa idiotice, apesar de mim e de você,
Tudo em mim me diz que seremos sempre assim: um do outro.
Eu amo você, mais do que cabe em mim...

11 de ago. de 2011

Ela não existe! Foi a conclusão. Ela que faz bem, que é leve, ela que fala de música, ela que realiza desejos. Ela, de fato, não existe. A outra existe. A leve de verdade, a linda de verdade, a livre de verdade, ela existe. A primeira foi um sonho que passou como o vento, invisível. Virou migalhas oferecidas ao sabor das madrugadas, para despertar desejos e poder se levantar do esquecimento tentando provar que é inexistente, mas ainda sim, um sonho melhor do que a realidade...

28 de jul. de 2011

Retorno

Estou travada. Não escrevo a tanto tempo que sinto medo de não mais conseguir ordenar as palavras de maneira coerente, ou de não me ver mais ressoar naquilo que derramo sobre o papel. As coisas mudaram e eu mudei, tenho outras prioridades, outros planos. Mas ainda tenho as mesmas angústias, a mesma solidão.
Percebi que mesmo que as coisas mudem, a solidão ainda é rainha absoluta, plena e cruel.
Algoz das madrugadas longas.
Que o amor tem mil caras e a distância que o separa do ódio é tênue, mas a distância que o separa da indirefença é dolorosa.
Que é a paz a moeda de ouro!
Que paixão não dura para sempre, mas que um amor maduro pode esperar o tempo que for necessário para florescer outra vez.
Que as pessoas mudam! E com isso, ou nos surpreendem, ou nos decepcionam.
Que a vida segue, indiscriminadamente.
Ultrapassa e atravessa quem ficou pelo caminho, dando milho às galinhas.
Que a paciência é uma grande virtude, e pode te reservar gratas surpresas.
E que o sol volta, a cada manhã, sem se importar se você dormiu, ou chorou a noite toda. Ele volta, com brilho ou opaco, mas sempre indica que ainda há mais um dia e que o tempo de luz é o mesmo da escuridão...

10 de jun. de 2011

Despeja as palavras,
Desordenadas tal qual um caça-palavras
e no meio de tantas, procurar formar frases, com ou sem sentido
Sem buscar justa-forma, como diria Chico
Apenas jogá-las
para depois de externas,
tentar organizá-las e formar
frases desconexas.
Tais quais pensadas
jogadas com raiva
em toda essa boa e falsa educação.

5 de jun. de 2011

Today...

...you make me say that I ... somehow have changed.
Today, you look into my eyes, I'm just not the same.

3 de jun. de 2011

Um banho para esquentar.
Um remédio para dormir (ou dois, ou três, quem sabe)
Uns cortes para não enlouquecer
E uma noite de sono, para tentar amanhecer no outro dia...

21 de mai. de 2011

"Amanheceu e eu preciso só saber,
Como vai você..."

11 de mai. de 2011

"A luz apagou, só isso.
Não me mande mais esse tipo de música..."

E deu...

5 de mai. de 2011

E em um momento de desespero tudo ficou escuro e quando dei por mim, estava fazendo uma coisa que não fazia a muitos anos: Abri os olhos e me vi chorando, escondida dentro do guarda-roupas...
Não sei mais o que faço para controlar meu surto, que já é inevitável...

2 de mai. de 2011

"Quando vem a madrugada, meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola, contemplando a lua cheia
Apesar de tudo existe, uma fonte de água pura,
Quem beber daquela água não terá mais amargura..."
(Paulinho da Viola - Dança da solidão)


Ela quer escrever pra ver se tira isso do peito, para poder voltar às coisas que realmente precisa fazer, mas nada vem a tona, nada digno que mereça ser colocado em palavras. Desta forma, optou pela música que melhor ilustrava a maneira como se sentia:

Uma melodia ritimada, calma, mas não leve. Doída. Uma letra que fala de solidão e mágoa... No compasso da desilusão...

1 de mai. de 2011

Respostas

Era noite, mas ainda não era tarde; e ela já não suportava mais aquele dia e as perguntas sem respostas rondando junto com a ausência. A angustia preenchendo o peito, tomando os espaços deixados por coisas de outr'ora. Acompanhava os minutos, no relógio de pulso, pois este era analógico lhe dando a ilusão de que gastava seu tempo com alguma coisa. Enquanto isso, pensava nas respostas que gostaria de saber e na maneira com que a atingiriam: como uma porrada de culpa, ou uma facada de dor, e como apenas dispunha do benefício da dúvida, podia pensar e se dar ao luxo de escolher o que preferia, mesmo sabendo que de nada dependiam dela, mas como jamais teria as respostas...
Olhava incansávelmente as unhas carmim, como se alguma resposta estivesse oculta pelo esmalte, mas não há nada oculto, tudo está na superfície. As coisas nem sempre são o que parecem, mas sim o que se mostra, e nem olhar as unhas, nem acompanhar o tic-taquear do relógio resolvem o que precisa, para ela, ser resolvido.
São perguntas que não levam a nada, e essa seria a resposta se elas fossem feitas, mas ela, ainda assim, gostaria das respostas.
Sem mais para fazer, levantou-se da cama, tomou um banho quente, vestiu o pijama. Depois foi procurar escondido na bolsa aquele alívio, encontrou a cartela onde a deixara da última vez: ainda havia dois comprimidos. Tomou ambos, apagou a luz de cabeceira e esperou o torpor crescer, até que não sentiu mais nada, nem a angustia, nem a si mesma...

"Bem mais que o tempo, que nós perdemos
Ficou para trás também o que nos juntou.
Ainda lembro o que eu estava lendo,
Só pra saber o que você achou, dos versos que eu fiz
E ainda espero, respostas...
Desfaz o vento, o que há por dentro,
Nesse lugar que ninguém mais pisou.
Você está vendo o que está acontecendo,
Nesse caderno sei que ainda estão os versos seus
Tão meus que peço
Os versos meus
Tão seus que espero..."
Skank - Respostas

22 de abr. de 2011

Só por hoje eu não vou ligar...
Nem pensar que amanhã, é mais um hoje.

3 de abr. de 2011

Uma e as outras

Uma raiva que pulsa,
E grita
E bate.
Ela odeia!!!
Odeia elas e seus jeitos.
Uma que manda, não deixa falar, não quer explicação. Só grita.
Uma que ri e não leva nada a sério, nem mesmo a irritação da primeira.
Faz piada do que não tem graça. Que brinca com fogo e ri quando faz xixi na cama.
E outra ainda que etiqueta: uma coisa é só uma coisa, para você e não para mim.
Quer matar, o jeito que elas a tratam.
Quer gritar: fiquem vocês e suas idéias fechadas.
Mas não sabe o que é o que.
Nem quem é quem.
Nem mesmo ela,
Nem mesmo às outras.

27 de mar. de 2011

Pesadelo

Acordou do pesadelo ofegante, os pulmões em chamas, as mãos e pés formigando, como se o sangue estivesse concentrado apenas no rosto, quente, de raiva e apreensão. Ela não queria acreditar naquilo, que apesar de ser só sonho, o medo daquela possibilidade a rondava a dias...
Não gostava daquela aproximação, nem daquelas conversas. Aquele jeito dela, a fazia sentir-se ameaçada em seu próprio território. Não queria aquela situação, mas ninguém a levava a sério. Sentia como se aquilo já tivesse data pré-agendada para acontecer e ela corria para o lado oposto, mas o tempo é rei e ninguém consegue ir contra sua correnteza.
Levantou da cama e procurou vestígios da realidade: pegou as roupas que usara a tarde e que ainda rescindiam à cheiro de suor dos dois e as cheirou, como que buscando reestabelecer a ligação com a realidade perdida.
Realidade, essa que não passava do benefício da dúvida. No sonho havia visto, na realidade, apenas esperava o inevitável, com o peito em cacos.

*

"Eu perco o chão,
eu não acho as palavras.
Eu ando tão triste,
eu ando pela sala.
Eu perco a hora,
eu chego no fim.
Eu deixo a porta aberta,
eu não moro mais em mim...
Eu perco as chaves de casa,
eu perco o freio.
Estou em milhares de cacos,
eu estou ao meio.
Onde será, que você está, agora?"

18 de mar. de 2011

Tiro de misericórdia.

A falta de ar fez com que ela saísse, às pressas. Olhar os olhos dele, tão colados nela e ter que desligar-se disso causava nela uma ânsia, de vómito e fuga. Precisava de ar e escuro e isso a fez embrenhar-se pelas ruelas próximas da casa dela, deixando-a cada vez mais longe. O escuro envolvia tudo e um ventinho frio brincava nas roupas.
Caminhou até que sua respiração normalizou e passou a ouvir, com isso, apenas o estalar dos pés na calçada e o ritmo constante do coração, que mesmo ausente, continuava batendo, continuava. Olhou para os lados e se deu conta de que não sabia por onde andara até ali.
Empenhou-se em checar onde estava, qual rua era aquela, quando um homem que vinha na direção dela a segurou no pescoço.
- Boa noite, princesa. Vamos nos divertir hoje?
A reação que ela esperava de si era desespero, gritos de socorro, chutes... Mas não, havia esquecido, junto com a lingerie, a vida, no emaranhado de lençóis da cama dele. Simplesmente, não resistiu. O homem levou-a para dentro de um tapume, jogou-a contra o tapume e começou a abaixar a roupa, e ela, só deixou-se ficar. Penetrou ela com agressividade e frenetismo. Depois, virou e lambeu-lhe o rosto:
- Boa menina, não gosto de mulher escandalosa.
Ela apenas fitou fixamente os olhos dele e após um breve segundo disse:
- Me mate.
Ele olhou para ela, com espanto. E ela tornou a falar:
- Me mate, por misericórdia.
Enquanto ela falava, a mão dele, no pescoço dela, permanecia imóvel, como que congelada.
- Seu covarde! Mate de uma vez. Te reconheceria no inferno, na puta que o pariu, filho da puta. Mata ou vou te foder, te encontro e te reconheço, aonde você estiver.
Com isso, ele derrubou-a com um soco. Quando levantou os olhos frios para fitá-lo, pronta para o próximo xingamento, viu apenas um cano preto e ouviu um estouro... E por fim, deixou-se ficar, dessa vez, para sempre.

*

Tal qual se fez... Pois não foi feita, nasceu pronta.
Sem verdades nem lirismo e qualquer semelhança, é pura conhecidência.

27 de fev. de 2011

Domingo

Ela acordou mas não quis abrir os olhos, não queria deparar-se com a fria realidade daquele domingo chuvoso e solitário. Ela havia sonhado com os velhos tempos, sonhou com aquele lugar, um esconderijo seguro para o amor proibido, onde tudo floresceu. Com aquelas conversas, dos assuntos mais bizarros, às mais complexas declarações de amor. Com aquele toque, aquele calor. E por fim, acordou com o cheiro dele indo embora de suas narinas...
Não queria abrir os olhos e ver-se deitada sozinha, naquela cama fria. Não queria ver-se maquiada e arrumada para ninguém e não queria olhar pela janela e imaginar, outra vez, onde ele estaria, o que estaria fazendo.
Não queria, também, ter que responder, outra vez, aquela pergunta, que todas as pessoas fazem: "Você ainda sente muito a falta dele?". Ela odeia essa pergunta, sempre a faz encher os olhos d'água. Ela odeia a maneira como as pessoas pronunciavam o ainda, como se esse tempo que, para esquecer de nada adiantou, por ser tudo muito recente, e para estar longe parece, já, uma eternidade, fosse o suficiente para romper o laço que se criara entre os dois. Ela odeio ver o desconforto no rosto das pessoas quando percebem que ela está prestes a chorar...
Sente-se como uma colmeia, onde as pessoas mexem, pois querem ver o que trás por dentro, mas que assusta quando percebem que deveriam tê-la deixado quieta.
Pensa em todas essas coisas com os olhos fechados, para não perder aquela visão, que além da saudade é o que resta:
O quarto pequeno, a cama de solteiro com os lençóis revirados, a porta do armário aberta, deixando entrar uma fina réstia do sol cansado, as prateleiras com as caixas, os livros... Umas peças de roupa no chão. E dentro de um frágil magnetismo, os dois corpos enroscados, com cor de café com leite.
Ela ainda ouve o suspiro aliviado e a respiração feliz, de quem ainda acredita que para sempre é para sempre...

-Roberta.

17 de fev. de 2011




"Você sabe que o cérebro ainda vive sete minutos depois que o coração para de bater?" (Freddy Krueger).


Era assim que ela se sentia, uma morta viva, emocionalmente. Não escrevia mais, não conseguia traduzir o limbo em meras palavra. "Será que é assim que é morrer?" Ela pensou... Deixar de sentir-se, olhar e não ver-se?
A vida pulsava, querendo existir enquanto a falta do coração (que havia ficado com ele) impossibilitava essa existência. Em um ímpeto de tornar-se viva, dirigiu-se ao banheiro, já tão gasto de tantos rituais. Escolheu a música, àquela e depois, acendeu um cigarro. Sugou a fumaça, com força e vontade, anestesiando os instintos represados e fez uma coisa que não fazia a muito tempo, nua, deitou-se no chão do banheiro, sentindo a frieza da sua pele morta tocar a frieza viva dos azulejos e deixou-se perder a consciência. Sem precisar abrir os olhos, as mãos ágeis encontraram a velha amiga e a direcionaram a um lugar desconhecido, onde ela jamais havia feito o líquido de cheiro doce e cor feroz brotar, mas para tudo tem uma primeira vez.
Entrou no chuveiro e ficou, a medida que a água escorria, guiava às unhas tão acostumadas sobre a pele já castigada de outr'ora: rosto, seios, ombros, braços, barriga, quadril... Como que marcando os caminhos percorridos pelas mãos acostumadas. Outra vez aquele velho êxtase, aquela vida, pulsando em cada marca, delatando acontecimentos e mostrando histórias, outra vez...
Depois permitiu-se apenas vestir-se e cair na cama, ainda de olhos fechados, a fim de que a vida não lhe escapasse, pois dizem que os olhos, são as janelas d'alma. E assim que os visse, saberia que ainda estava morta...

-Roberta.

18 de jan. de 2011

Ele sumiu, de repente. Depois daquela última vez que os corpos haviam se encontrado, depois de conversas que não faziam sentido devido a estranheza, depois de dizer, mais uma vez, "espero que você seja mesmo feliz garota!".
Ela não entende o que se passa com ela: querer não querendo. Sentimentos ambíguos, dores estranhas e uma tristeza disfarçada.
No fim, ele tanto falou disso, que essa idéia se colou aos pensamentos: As mãos passando sedentas sobre a pele, os beijos quentes no pescoço, a respiração acelerada ao pé do ouvido, os corpos em um só. Mas não nela, em outra...

2 de jan. de 2011

Desejos...

Desejo que as lágrimas que chorei não voltem;
Que os sonhos que tive, se tornem realidade;
Que as mágoas fiquem esquecidas.

Desejo que os fogos tenham explodido no peito,
Preenchendo aquele burraco doído.
Que a champagne tenha lavado o nó da garganta.
E que os abraços sinceros tenham aquecido o frio de estar sozinha.

Desejo que o sol volte brilhar, iluminando as zonas escuras;
Que as noites tenham mais estrelas, pra indicar o melhor caminho;
E que o vento ajude a empurrar quando eu já andar devagar.

Desejo que, pra quem eu fiz mal, a felicidade venha em dobro;
Que a mágoa diminua, até se tornar lembrança;
E que quem me fez chorar, seja mais feliz ainda.

Desejo, de verdade, que essa noite poderosa,
Tenha o poder de deixar o que passou no passado.
Que o que seja novo seja mais fácil, mais feliz e mais intenso...

Desejo que nesse ano, pela primeira vez, os desejos deixem de ser só mais desejos...

-Roberta.