22 de out. de 2010

Prisão de Mentiras

- Porque você não atendeu o celular?
- Porque eu tava na aula e sempre deixo meu celular no silêncioso, não ouvi. Porque?
- Porque você não estava na aula, sua mentirosa vagabunda. Eu vi aquele menino indo para lá. É sempre assim. De hoje em diante, nas sextas-feiras te quero em casa às 8 e 30! Vou começar a sair!
- Mas é justamente as duas últimas aulas que eu não posso faltar... São as aulas...
- Não me interessa, isso é problema seu. Estou cansada na tua falta de vergonha na cara. Vim pra casa e ficar com a tua filha não dá, mas tempo de ficar se amassando igual a uma vagabunda pelos cantos você tem!
- Está louca? Eu estava na aula!
- Mentirosa. Troca sua filha por qualquer homem, parece aquelas putas de boteco! Merece morrer sozinha e infeliz pra aprender!

[...]

Ela também não entende porque essas palavras que fogem a realidade a machucam tanto...
E ele diz que as coisas vão se ajeitar...
Ela não acredita nem na mãe, nem nele; só acredita naquela idéia...
Os encomodados que se retirem, é isso que dizem. Ela não quer se retirar apenas da casa, bom mesmo seria se retirar da vida... Mas essa idéia é tão antiga que ela deixou de se acreditar capaz. Quem sabe as mesmas mentiras que a prendem, empunharão a faca que vai acabar com toda a dor?
Enquanto isso ela segue, andando de cabeça baixa pela vida, cansada dos óculos escuros que a escondem e da luz que a cega.

- Roberta

21 de out. de 2010

20 de out. de 2010

Receita (1)

Receita - Maçã raspada

Ingredientes:
- Uma maçã
- Uma faca
- Uma colher

Modo de Fazer:
Pegue a maçã, pegue a faca, e corte a maçã ao meio.
Pegue a colher e raspe a maçã.

Esta receita tem muitas variações, você pode encontrar seu próprio modo de raspar a maçã. Também pode ser feita com maçãs verdes ou maçãs podres, dependendo da sua preferência.
Boa sorte!

What we have become

Todos esses anos, em um único dia muda tanta coisa, e se vão e sua vida e a paixão se desfocam.
Se guardando para algo que você nunca verá em seus dias, e desligando de tudo que você precisa.
Olhando através de olhos distorcidos, belo desastre. Adicionando um monte de mentiras, era demais para um final feliz.

Erguendo suas paredes, e tudo o que você queria, junte os pedaços e encaixe-os nos buracos que nós costumávamos esconder.

Se renda ou abandone isso agora, pois agora temos o que nos tornamos. Todas as lágrimas... nós nunca pensamos que veríamos o dia em que as armadilhas de nossas vidas iriam desaparecer.

Indo até a lacuna que você deixou para trás, não é o que você prometeu, não é o que você acreditou.

Buscando a verdade, quando nada realmente importa, persiga a luz que o cega mesmo quando você está se escondendo. Agora temos o que nos tornamos, agora lute para aliviar a dor, você sabe que não é a saída, você sabe que não é a saída.

Erguendo suas paredes, e tudo o que você queria, junte os pedaços e encaixe-os nos buracos que nós costumávamos esconder.

Buscando a verdade, quando nada realmente importa, persiga a luz que o cega mesmo quando você está se escondendo.

Agora nós somos o que nos tornamos.

Gone



Sentir isso só pode ser...
Estou afundando.
Eu estou afundando, me puxe pra cima.

Toda vez que vejo suas roupas jogadas pelo chão, eu pensei que você estaria em casa
Você disse que nunca iria embora.
Toda vez que eu não vejo a luz queimando na varanda, eu pensei que você estaria em casa
Você disse que nunca iria embora.
Mas você se foi.

Me sentindo sobrecarregado, eu mergulho para um lugar certa vez preenchido, mas agora vazio para eu me esconder.
O dia que você partiu foi o dia em que morri,
E esqueci como é ser, e como é se sentir vivo.

Tento alcançar o céu
Quando nada parece dar certo, quando nada parece ser certo pra mim.

Toda vez que vejo suas roupas jogadas pelo chão, eu pensei que você estaria em casa
Você disse que nunca iria embora.
Toda vez que eu não vejo a luz queimando na varanda, eu pensei que você estaria em casa
Você disse que nunca iria embora.
Mas você se foi.

Eu pensei que você estaria em casa,
Você disse que nunca iria embora...

...mas você se foi.

Traduzindo (1)

Tennesse Line - Daughtry

Eu abro meus pulmões
Para respirar perdão e amor
Me assombram agora
Memórias de como eu costumava ser

E durante a estrada
Os problemas com certeza seguirão
Olhando para fora da janela
Sei lá pra onde eu irei
Então eu continuo apenas dirigindo...

Meu caminho pra LA,
Olhando pelo retrovisor
Enquanto as estradas desaparecem
Eu descartei meu passado
Desde a primeira até a última chamada que eu fiz.

E me diga como fazer certo,
Todos os erros me fizeram aprender
Que tudo isto pode acabar essa noite
A linha do Tennesse apenas mudou minha forma de pensar,
Agora é o meu coração que eu vou seguir.

Quem iria saber
Que o orgulho é tão difícil de engolir.
Enquando eu repouso nos ombros
De uma estrada que vai ficando fria,
Com todos meus problemas,

Deveria eu continuar dirigindo...

Eu sei que devo estar fazendo algo de certo,
Viro para o caminho de onde eu comecei
Pergunto-me se eu posso transformar tudo esta noite
E deixar de viver em dúvidas...

Eu descartei meu passado,
Desde a primeira até a última chamada que eu fiz.

Eu descartei meu passado,
Desde a primeira até a última chamada que eu fiz.

- Evelize

Carta às memórias

Aprendemos, desde muito cedo, que somos a soma do que vivemos no passado, o que fazemos no presente e o que desejamos para o futuro, deve ser por isso que me remeto a vocês nesse momento, porque não sei mais quem eu sou.
Tenho ouvido tantas coisas que quanto mais me procuro, mais me perco em mim. Meu processo narcísico se intensifica a cada nova verdade. Quando mais eu corro, mais me volto a mim mesma. E talvez, voltando a vocês eu encontre o momento que me perdi.
Enquanto escrevo, estou no sol, posso senti-lo ardendo na minha blusa preta, e no topo da minha cabeça, sinto ele queimando as teclas do computador, onde coloco os dedos, tentando encontrar as palavras exatas pra que isso fique menos desmedido. As melancólicas músicas que propositalmente escolhi inundam meus ouvidos, junto com os sons dos carros que passam as minhas costas. São tantas coisas, que meus sentidos estão em êxtase, quase confusos. Os cheiros, os sons, as imagens, o tato e os gostos. Tudo tão familiar que chega a incomodar. Tudo tão conhecido que o tédio se anuncia em tudo que de tão certo que nem reconheço. Vejo minha imagem refletida na tela do computador, a mesma de todas as manhãs, mais ainda sim, tão diferente.
As coisas mudam e nos modificam. As coisas deixam as marcas, deixam os cheiros e deles jamais nos livraremos.
Escrevendo isso, tento lembrar, de todos aqueles episódios importantes que me fizeram ser assim.
Me lembro daquela menina que fui um dia. A gordinha tinhosa, mandona e briguenta, aquela que quebrou o dente do seu melhor amigo com uma joelhada.
E aquela que se apaixonou por um menino bobo que usava óculos. Quem amou ele pelo que ele era, e que de repente percebeu que todas as amigas se apaixonaram por ele, talvez pelo jeito que ela passou a contá-lo. Lembro de tê-lo amado por mais da metade da minha vida e também por ter chorado por ele. Lembro que fui sua melhor amiga e que ele beijou a minha melhor amiga. Lembro que nunca beijei-o e que às vezes ainda sonho com ele. Talvez seja ele, meu amor platonico, meu príncipe de cavalo branco, que caminhou para um caminho oposto...
Lembro daquela menina, a gorda que era amiga das estonteante. Lembro que até minha mãe me chamava de gorda e chamava ela de estonteante. Lembro que foi ela quem o príncipe quis. Lembro que chorei por ele, no escuro do quarto dela, enquanto ela, sadicamente, me contava sobre o doce daquele beijo que eu nunca provei.
Lembro que entre choros e amizades encontrei o primeiro homem maravilhoso da minha vida. Lembro o nome dele todos os dias. Talvez, se um dia tiver um filho homem eu dê seu nome a ele. É um lindo nome, e seu dono é um dos caras com a alma mais pura que já passou na minha vida. Foi o primeiro que me viu além de mim mesma. Nessa época eu já escrevia...
Dai eu emagreci e o anjo continuou na minha vida, continuei sendo amiga do príncipe. Lembro que foi aí que me perdi do caminho que minha mãe tinha como certo. Conheci as drogas e as ditas "más companhias". E conheci o poder de sedução, a manipulação e promiscuidade. Lembro que me achava perfeita e feliz. Parei de escrever, me perdi de mim. Muitos homens foram e vieram. Alguns me marcaram eternamente, outros foram tão descartáveis quanto fui pra eles. Achava que que era assim que queria passar o resto da vida...
Mas me lembro daquele dia fatídico. Lembro não lembrar nada e lembro que jurei que tentaria esquecer pra sempre. Lembro o cheiro, o lugar e o rosto. O rosto não tem como esquecer, ele me persegue em pesadelos, com o mesmo sorriso cruel, as mesmas palavras despresíveis e o mesmo movimento. Não consigo não chorar quando lembro, não consigo não ter medo daquele homem: o mais nojento, mas o que tenho certeza que jamais vou esquecer.
Lembro das consequências daquela noite maldita:
Dor, física e psíquica.
Vergonha.
Medo.
Lembro que foi a partir dai que quis morrer e procurei por isso...
Depois veio aquele cara, aquele que eu achei que era pra sempre. Aquele com quem me imaginei casada, aquele por quem mudei. Ele me salvou da beira do abismo. Por ele eu quis viver, por ele fui feliz, com ele descobri que o mundo ainda tinha cores. Descobri o prazer. Juntos fizemos um tesouro, nossa explosão de amor foi quase um Big Bang, e dele originou o sol das nossas vidas, nossa princesinha. Lembro dele naquele dia na maternidade e no medo que vi no fundo daqueles olhos de menino vestido de pai. Das brigas, lembro algumas, mas as felicidades são impossíveis de esquecer... Foi uma vida, linda e feliz. Quando me lembro dele sempre aquece meu coração, sempre tenho vontade de chorar, sempre penso como foi maravilhoso poder ter compartilhado todas aquelas coisas com ele e agradeço por ter sido ele e não qualquer outro. O meu Nego e a nossa história... Pra sempre nossa e linda, ainda que separados, juntos. Quando ela nasceu, nos uniu pra sempre e agradeço, porque não ia querer perder ele por nada no mundo...
E depois meu doce vampiro... Quem me tirou o ar e o chão. Quem procurou me encontrar. Aquele que me abraçou e disse que o mundo ia ficar bem. Eu quis tanto ele, que ele me quis também. E a nossa história que ainda continua...
São tantas coisas, tantas vidas, tantas mulheres que nem sei... Talvez por isso eu não me reconheça enquanto alguém, sou alguéns e tive alguéns na minha vida. Tive bons, ruins e os que são impossíveis de categorizar. Conheci mundos e vi coisas...
Virei esse complexo de pessoas, ou como diria Raul "essa metamorfose ambulante", que ainda que saiba ser impossível achar, vai eternamente procurar por um Eu, uma Roberta, um mosaico de amores, por homens e mulheres; de drogas e músicas; de amigos e inimigos; de paixões reais e impossíveis; príncipes, anjos, monstros e dragões.
Em lindos dias de sol ou horríveis noites de tempestade...
E vocês, memórias, são isso, as peças que me fazem ser eu, boas e ruins...
É bom poder voltar a vocês e me encontrar em cada fragmento de mim mesma. Até a próxima necessidade...

-Roberta.

19 de out. de 2010

Uma frase, mas não de um bolero

"E foi o princípio do fim..."

(...)

Sem mais nada, só isso.
-Roberta

17 de out. de 2010

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...


A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...

Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...

Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...

Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...

Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...


- Elis Regina - O Bebado e a Equilibrista

"Eu não vivi, eu colecionei memórias (roubadas)"

ELa fecha os olhos e quer fugir. Bom seria... Sair e não voltar mais. Sair e deixar todas essas coisas para trás. Ah! Doce ilusão.
Ela pensa nas coisas que passaram sem serem vividas, as coisas que acabaram sem nem ter começado. Nas coisas que ela deixou, mesmo sem querer.
Pensa naquela liberdade que sempre foi sonho e que hoje é, mais do que nunca, condenada ao utópico, sem nem chance se ter sido real.
Pensa naqueles sonhos guardados nos velhos baús de fotografias, esquecidos sob a poeira do tempo. Aquilo que ela nunca teve, mas sempre quis saber que gosto tinha.
Pensa nas vidas diversas que a rodeiam, nas experiências que o mais próximo que ela vai chegar é ouvir outras pessoas contando...
Coisas que ficaram para trás, sem possibilidades de voltar. Jamais perdemos o que nunca tivemos...
Pensa que não queria que certa coisas fossem, mas nem sempre as coisas são como queremos.
O tempo passa,
As coisas passam.
E ela fica, espreitando sonhos alheios...

- Roberta.


"Eu quero a sina de um artista de cinema
Eu quero a cena onde eu possa brilhar
Um brilho intenso, um desejo, eu quero um beijo
Um beijo imenso, onde eu possa me afogar
Eu quero ser o matador das cinco estrelas
Eu quero ser o Bruce Lee do Maranhão
A Patativa do Norte, eu quero a sorte
Eu quero a sorte de um chofer de caminhão
Pra me danar por essa estrada, mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar
Pra me danar, por essa estrada, mundo afora, ir embora
(...)"
- Los Hermanos - Lisbela

14 de out. de 2010

Histórias de amor proibido ficam mais bonitas em livros...

Na realidade, a fantasia não tem espaço.
As princesas nem sempre são donzelas,
Os príncipes nem sempre são os heróis para todos,
E os dragões nem sempre perdem as batalhas...

-Roberta

6 de out. de 2010

A Bailarina

Um dia ela ouviu uma frase que dizia assim: "Quando vemos uma bailarina dançando, vemos a beleza, a leveza e a precisão dos movimentos. A bailarina é delicada e de fato, parece ser simples os movimentos executados, mas esquecemos que por trás de toda a beleza existe muita técnica, muito esforço e muito treino..."
De fato, isso a fez lembrar das coisas em sua vida e na maneira que as pessoas à vêm. As pessoas enxergam a patricinha, a filhinha do papai, e a imaginam enquanto sendo apenas isso, uma patricinha alienada. Ninguém nunca percebe toda a técnica estudada por detrás de um discurso filosófico, o esforço por detrás de um trabalho científico ou o treino por trás de uma postura madura e responsável.
Mas isso não faz com que a bailarina pare de dançar, pois um dia, alguém que efectivamente entenda dessa arte enxergara além de todos os outros.
Enquanto isso, a bailarina dança e ela segue.
O show deve continuar e a vida também...
Dance Bailarina, dance.

-Roberta.

Para a bailarina que me ensinou a técnica, pode ser sobre mim ou ainda sobre você...

5 de out. de 2010

O livro

Um dia ela descobriu que era tradicional.
Que queria crescer, casar, ter filhos. Escrever um livro e plantar uma árvore.
Ela queria um vestido branco, uma carreira bem sucedida e uma família feliz!
Queria ir almoçar em casa e conversar sobre a conta da luz.
Queria acordar no domingo e fazer café da manhã para marido e filhos.
Ela gosta da família, dos almoços e das conversas.
Ela tinha a filha e o começo de uma família.
A normalidade dominava tudo nela.
E ela era tradicionalmente feliz.
Um dia ela conheceu ele.
O avesso dela, o lado oposto da sua moeda.
Ele queria uma bela carreira, nada de compromisso e várias mulheres.
"Garrafas cheias e mulheres vazias", era isso que ele dizia...
Ele queria sexo hoje e não ligar amanhã.
Ele não queria compromisso.
Queria festas, mulheres, carros, dinheiro.
Ela quis ele.
Ela que era compromisso, quis ele que era liberdade.
Ele passou a querê-la também.
A liberdade quis prender-se ao compromisso.
Poderia um gato de rua, criado livre, apaixonar-se por uma gata doméstica, criada entre quatro paredes?
Poderia a liberdade querer prender-se aos compromissos?
Poderia um pássaro, de dentro de sua gaiola, apaixonar-se pelo beija-flor que livre voa?
Poderiam os compromissos quererem prender a liberdade?
Poderiam duas coisas tão distantes e tão distintas conviverem em uníssono?

-Roberta.

1 de out. de 2010

Ódio

E uma raiva sem fim, nem explicação. Algo que move, que faz querer morrer e querer matar. Mas ela fecha os olhos e respira, afinal de contas falta apenas um ano...
Ela só espera resistir até lá! (Ela odeia ter que agarrar-se a isso, mas infelizmente é o que resta para manter sua sanidade).

- Roberta.