30 de nov. de 2010

Parabéns!

Enquanto ela mexia distraída em suas coisas, encontrou uma anotação na sua agenda que fez o mundo, por um breve minuto parar: "1º de Dezembro - 1 Ano de Namoro!"... Ela não sabia o que dizer, nem o que pensar. Sabia apenas que assim que o relógio marcasse meia-noite, as coisas que ela havia imaginado para esse dia, teriam, definitivamente, não se realizado. Todos os planos feitos na penumbra daquele quarto, as juras trocadas sobre os lençóis, as promessas feitas ao pé do ouvido, os sonhos que começaram com o verão, enfrentaram inverno e não viram sua estação descendente novamente. Tudo isso, hoje, passou... Como o sol que nasce, irradia, ilumina e aquece, e quando acostuma-se a ele, ele se põe, deixando só resquícios de um calor bom...
Ela pensa: "Um ano passado... Até parece que foi ontem..." Ela só sente que o tempo passou, quando consegue ver em si mesma as marcas dele. Os outros talvez não percebam, mas onde ele esteve, sua pele ficou vincada, como se moldada apenas para recebê-lo. E hoje, após um ano passado, ela prefere que ninguém mais se encaixe no lugar que é dele, por direito.
Enquanto pensava nessas coisas, olhava o relógio sem parar. Como quem tem medo da meia-noite. Como uma Cinderela, que vê o sonho partir com as doze badaladas da dura realidade que mostra como esses breves momentos de sonhos não são suficientes para abrandar uma realidade de dor, mas marcam uma vida, tornando-se história.

____

Parabéns ao que tivemos, que mesmo estando findo, aquece meu coração a cada pensamento. Olho no relógio e vejo que faltam 09 minutos para a chegada do nosso aniversário de um namoro já morto. Ao invés de celebrarmos, devemos velá-lo?
Quando ouvi essa música, vi nossa história. E hoje, na véspera do seu primeiro aniversário de vida, vou te dá-la para que deixamos doer sua morte. Esse é meu presente de um ano muito intenso de namoro:

"O verão chegou trazendo a voz
Da paixão que escorre mel do sol
E incêndeia o nosso coração,
Menino
Brincando na areia.
Que o verão saiba cuidar de nós
Passageiros como a luz do sol
Que incêndeia o nosso coração,
Menino
Brincando na areia.
Madrepérola de cores vãs
No vitral insone das manhãs
Que eu vi passar enquanto o mar
Menino
Brincava na areia.
Que a paixão saiba cuidar de nós
Que você beba do mel do sol
E que a sombra que o verão trará
Possa descansar seu corpo
Menino
Brincando na areia.
O verão chegou trazendo a voz
Da paixão que escorre mel do sol
E incêndeia o nosso coração,
Menino
Brincando na areia."

- Mel do Sol - Oswaldo Montenegro


- Roberta.

29 de nov. de 2010

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24 de nov. de 2010

Pare!

Ela queria gritar "CHEGA!", queria que ele parasse de agredi-la daquele jeito. Aquela sede de tomar até a última gota do seu corpo, depois aquela necessidade de que ela olhasse e por fim toda aquela mágoa, naquele telefonema tosco na madrugada. Ele disse que a aquela menina havia se perdido, "já era" esse foi o termo usado por ele. Ele diz tantas coisas que não percebe que ela continua ali, a situação fez com que eles não se olhassem mais da mesma maneira. Agora ele só agride, como um cão raivoso investe contra qualquer movimento a sua frente. Ele só fala e machuca.
Ela só queria que ele parasse, porque ela já carrega o peso do mundo nas costas e ele sabe disso...
Ela resolveu parar, por ambos.
Tomou um banho deixando toda aquela mágoa dele escorrer de dentro dela, deitou em outra cama, uma que não tivesse vestígios daquela maldita cena e fechou os olhos, permitindo que as lágrimas finalmente corressem pelo rosto e morressem no peito.
Pensou naquele tempo onde o toque dele era sedento, mas carinhoso e lembrou com saudade, passando os dedos nos arranhões que a raiva dele deixou em sua pele, pela última vez...

- Roberta.

20 de nov. de 2010

Hold on!
Hold on!
Don't be scared
You'll never change what's been and gone

May your smile (May your smile)
Shine on (Shine on)
Don't be scared (Don't be scared)
Your destiny may keep you warm

'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Get up (Get up)
Come on (Come on)
Why you scared? (I'm not scared)
You'll never change what's been and gone

'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Where all us stars
We're fading away
Just try not to worry
You'll see us some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

-Stop Crying your heart out - Oasis

A estrada de terra, o cheiro de mato, a casa, as camas. Tudo remete a um tempo passado, um tempo valioso e calmo, um esconderijo de memórias congeladas em felicidades...
Talvez esse momento seja oportuno, ou não de retornar aquele lugar, caminhar, ver, sentir e estar, só isso, mas ainda assim, algo, sei lá.
Talvez o que menos se quer nesse momento é essa paz, essa que dá tempo pra pensar... Melhor não pensar. Mas enfim, tem coisas que devem ser feitas, essa é uma delas. Ir e só...

(Bom seria não ir, ou nunca mais voltar... Não sei)


-Roberta

17 de nov. de 2010

Pelo que se foi...

“Olhe bem nos meus olhos, olhe bem pra você...”
Nós não somos mais os mesmos. Nem você, nem meus olhos cansados de chorar. Nem teus olhos âmbar quentes, nem eu e as minhas partes.
“... o fato é que agente perdeu toda aquela magia...”
Quando deixamos de nos ver? Quando você deixou de ver as coisas que eu trazia tão bem escondidas para você no canto mais escuro de mim, aquelas que você pareceu ter encontrado de início, desde o primeiro dia. Quando eu deixei de ver em você aquele porto sempre tão seguro? Quando deixamos de respirar aquele ar empapado de amar e sonhar, que nos fez querer mais, que nos fez ir além de mim, dos meus olhos, da tua segurança. De mim e de você...
“... a porta dos meus quinze anos não tem mais segredos...”
Caímos exatamente naquilo de que tanto fugimos. Caímos no buraco mais temido das certezas certas, dos métodos. Caímos na cobrança...
“... e velha, tão velha ficou nossa fotografia.”
Aqueles sorrisos gratuitos e aquele amor que transbordava do que costumávamos ser. E era tão bom, tão lindo... Que valia sofrimentos e choros desnecessários, que nos fazia querer, sempre, ser só um. Aqueles dois corpos que contrariavam todas as leis da física enquanto ocupavam o mesmo lugar no tempo e no espaço. O nosso tempo, o nosso espaço. Não o espaço que acabou nos separando, não o espaço que existia entre, mas sim aquele que juntos éramos. Espaço sem espaço, sem vazio. Cheios... De mim e de você.
“Olhe bem nos meus olhos, olhe bem pra você...”
Separados quem somos? Apenas eu, sem você... Palavras de dor tentando explicar um fim que devido à intensidade do começo, jamais vai ser o que merecíamos. Jamais vai ter a grandeza, porque assim é ser final, assim é voltar a ser um sozinho. Sem grandes atos, sem grandes explicações. E isso foi o que restou da metade que eu fui: palavras, dores, incertezas e solidão. Às vezes penso que o melhor de mim, morreu com o que éramos, morreu quando ainda juntos, nos fizemos separados...
“A quem é que agente engana, com a nossa loucura...”
Tanto falamos que nos esquecemos de fazer. Fazer aquelas coisas que nós éramos. Falamos em conseguir, de chegar, mas não marcamos um ponto de encontro. Saímos em busca do que queríamos, mas hoje vejo que saímos cada um para um lado, cada um por um caminho, sozinho...
“... o certo que agente perdeu a noção do limite...”
Perdemos o que nos unia, na prática, na vida. Sobrou amor, sobrou vontade, mas faltaram as peças chaves: quem éramos - eu e você. Não eu, nem você, mas nós juntos, em uma só carne, em uma só vontade. Não nos perdemos um do outro, mas nos perdemos de nós mesmos. E aquela coisa toda que tínhamos era para eles, não para nós, dois velhos cansados. O que tínhamos morreu quando mudamos e o amor que estava na gente, gritou por socorro, porque se viu entre dois desconhecidos...
“... e atrás tem alguém que virá, que virá, que virá, que virá, que virá...”
A vida... Ela veio agora, ou ela nos mudou? Fomos quem éramos, ou inventamos personagens perfeitos para um crime de amor?
... E nós mesmos... Quem é você? Me responde, quem sou eu? Porque eu, não sei dizer. Não sei dizer, nem sei ver. Não mais partes de um todo, mas faces opostas de uma mesma moeda. Porém faces opostas com vontades próprias, que saíram da moeda, desgrudaram e viraram moedas com dois lados. Mas o imã, fugiu...

- "Oswaldo Montenegro - Aquela coisa toda"
- Roberta

8 de nov. de 2010

O Passado

Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro

Salas e quartos
Somem sem deixar vestígio
Seu rosto em pedaços
Misturado com o que não sobrou
Do que eu sentia
Eu lembro dos filmes que eu nunca vi
Passando sem parar em algum lugar.


- Tudo que vai - Capital Inicial

O passado é vivo, dentro de quem lembra.
Ela aprendeu que não se deve descobrir o passado, a menos que queira-o dentro do presente...

7 de nov. de 2010

Contestação poética

Quem morre, deixa de viver
E quem não vive, mas continua vivo?
Quem continua respirando, o coração ainda bate, as pernas ainda andam,
Mas a vida lhe escapa em suspiros, por entre as grades de sua janela?
Quem vê o mundo rodar, levar a vida em dias lânguidos, e vê a noite chegar com suas grade fechadas e seus ares de prisão?
Até a noite mais fresca, aquela de primavera, que alivia a pele do sol, trazendo aquela brisa com cheiro de flor e liberdade. Liberdade ilusória, cercada de limitações e palavras de repressão.
Quem sabe a morte, linha de chegada de quem não vive.
Redenção final.
Melhor a morte a quem não vive!
Sentir seu corpo parar, o ar não vir o mundo desvanecer.
Sonhada liberdade, finalmente voltar ao nada, sem mais desejos de tudo, sem mais desejos alheios.
Melhor a morte à quem não vive
E quem sabe falta de ser livre, angustia de quem vive.
Pra mim, espero a redenção.
Fim de quem vive preso, e assim não vive.
Quem sabe a morte, quem sabe...

-Roberta

...

Ninguém sabia que de noite eu deitava sozinha no meu quarto e chorava sem nem saber por que, como se a minha alma implorasse por alívio de um peso que ela carregava sem saber.

E quando olho pra trás eu vejo pedaços de uma vida. Memórias que não seguem uma ordem cronológica, como se tudo fossem lampejos de um pesadelo do qual um dia eu vou acordar. Como se cada passo que eu desse fosse em direção ao esquecimento de tudo pelo que eu já passei...muitas vezes em vão.

5 de nov. de 2010

Finalmente, a vencedora!

Hoje ela percebe que a solidão é marca feita à brasa.
Esta ali, e vai continuar.
E nem o remédio que jurou-se tão milagroso no combate de tal moléstia mantém um resultado eterno.
Ela vence, porque ela chegou primeiro, a solidão. Primeiro até que a vida, primeiro até que toda essa maldita história...

-Roberta.

4 de nov. de 2010

O Vencedor Leva Tudo...

Eu não quero conversar,
Sobre as coisas que nós passamos
Embora isso me machuque,
Agora é passado
Eu joguei todas as minhas cartas,
E foi o que você fez também
Não há mais nada a dizer,
Nenhum ás a mais a jogar

O vencedor leva tudo,
O perdedor fica menor
Ao lado da vitória,
Está o seu destino

Eu estava em seus braços,
Achando que ali era o meu lugar
Eu achava que fazia sentido,
Construindo-me uma cerca
Construindo-me um lar
Achando que seria forte lá
Mas fui uma tola,
Jogando conforme às regras

Os deuses podem jogar um dado,
Suas mentes são tão frias quanto gelo
E alguém bem aqui embaixo,
Perde alguém querido
O vencedor leva tudo,
O perdedor tem que cair
(...)

- The Winner Takes It All - Abba