7 de nov. de 2010

Contestação poética

Quem morre, deixa de viver
E quem não vive, mas continua vivo?
Quem continua respirando, o coração ainda bate, as pernas ainda andam,
Mas a vida lhe escapa em suspiros, por entre as grades de sua janela?
Quem vê o mundo rodar, levar a vida em dias lânguidos, e vê a noite chegar com suas grade fechadas e seus ares de prisão?
Até a noite mais fresca, aquela de primavera, que alivia a pele do sol, trazendo aquela brisa com cheiro de flor e liberdade. Liberdade ilusória, cercada de limitações e palavras de repressão.
Quem sabe a morte, linha de chegada de quem não vive.
Redenção final.
Melhor a morte a quem não vive!
Sentir seu corpo parar, o ar não vir o mundo desvanecer.
Sonhada liberdade, finalmente voltar ao nada, sem mais desejos de tudo, sem mais desejos alheios.
Melhor a morte à quem não vive
E quem sabe falta de ser livre, angustia de quem vive.
Pra mim, espero a redenção.
Fim de quem vive preso, e assim não vive.
Quem sabe a morte, quem sabe...

-Roberta

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