24 de nov. de 2010

Pare!

Ela queria gritar "CHEGA!", queria que ele parasse de agredi-la daquele jeito. Aquela sede de tomar até a última gota do seu corpo, depois aquela necessidade de que ela olhasse e por fim toda aquela mágoa, naquele telefonema tosco na madrugada. Ele disse que a aquela menina havia se perdido, "já era" esse foi o termo usado por ele. Ele diz tantas coisas que não percebe que ela continua ali, a situação fez com que eles não se olhassem mais da mesma maneira. Agora ele só agride, como um cão raivoso investe contra qualquer movimento a sua frente. Ele só fala e machuca.
Ela só queria que ele parasse, porque ela já carrega o peso do mundo nas costas e ele sabe disso...
Ela resolveu parar, por ambos.
Tomou um banho deixando toda aquela mágoa dele escorrer de dentro dela, deitou em outra cama, uma que não tivesse vestígios daquela maldita cena e fechou os olhos, permitindo que as lágrimas finalmente corressem pelo rosto e morressem no peito.
Pensou naquele tempo onde o toque dele era sedento, mas carinhoso e lembrou com saudade, passando os dedos nos arranhões que a raiva dele deixou em sua pele, pela última vez...

- Roberta.

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