11 de ago. de 2010

Sem nome.

Ela respira fundo, e mais uma vez, as coisas passam sem que sejam entendidas!
Todos os dias, é como se a hora fizesse com que as coisas se repetissem, noite após noite: o que começa de brincadeira, termina em angústia; é como brincadeira de criança, começa bem e termina mau.
Ela não sabe de onde vem tamanha estranheza, se dele ou dela, ou se esta já se instalou entre ambos, como um precipício.
Todos os dias, quando tudo recomeça - como uma maldição, ela fecha os olhos e procura aquela sintonia que uma vez envolveu os corpos, alinhou os olhares e singularizou as palavras. Onde foi parar? Ela queria saber... Ela queria de volta! Mas quando fecha os olhos o medo vem. Uma vez, quando fechava os olhos, podia sentir ele pensando nela e isso a deixava segura. Hoje, quando fecha os olhos encontra o vazio. Quando fecha os olhos, encontra o precipício, que por estar entre ambos, quando mais ela se aproxima dele, mais na beira ela chega.
Ela queria saber como ele sente, se ele percebe, se isso é dele, ou dela. Ela queria as respostas dele, mas no lugar tem apenas o silêncio, e um "boa noite" sem te amo... Tem uma falsa formalidade, quando no lugar do tradicional "te quero" vem um "tenha uma boa noite"; tem uma distância quilométrica onde antes não havia espaço, onde antes estavam os corpos tão próximos que eram quase um.
Os olhos não olham mais na mesma direção, as bocas não encontram-se mais com fome, as corpos não ocupam mais o mesmo lugar no espaço e no tempo. As coisas não são mais as mesmas.
Onde isso começou? Ou o que terminou, que deu lugar a isso? Ninguém sabe, ou ninguém fala, mas ela sente e isso dilacera a alma e faz o coração parar de bater, faz a respiração faltar, faz do mundo um lugar nada bom.
Todas as noites a mesma coisa:
Ele diz, ela responde; Ele sai, ela toma banho e deita; As lágrimas chegam, molham o travesseiro; os dedos procuram o calor daqueles braços, mas lá só tem dor e solidão e a lembrança de um calor de segurança e a frieza da ausência de tudo que realmente importa...

-Roberta

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