12 de jul. de 2010

Bons Amigos

"Ele era um ciumento guardião de nossa privacidade; tiros ainda eram suficientemente dignos de registro nas cidades ribeirinhas para que rumores sobre o incidente na Casa do Mercador tivessem chegado até St. Louis e talvez até mais longe, e Antoine tinha todo o cuidado de nunca dizer nada a nossos companheiros de viagem que pudesse me relacionar com o famigerado saloon. Às vezes era difícil resistir às perguntas durante nosso lento progresso pelo raso rio Ohio, quando as sabatinas mútuas sobre nomes e histórias de familia se tornavam o principal passatempo no convés de carga. O inquisidor mais persistente era um homenzinho gorducho de Whheeling que viu o sotaque e a pele profundamente bronzeada de Antoine como um desafio a suas habilidades de detetive.
- De onde vocês estão vindo?
- Da parte baixa do rio - Antoine respondeu sucintamente.
- E para onde estão indo?
- Para a parte baixa do rio.
- Oh. - O homenzinho de Wheeling digeriu as informações - Você é fazendeiro?
- Não.
- Negociante de cavalos?
- Não.
- Navegador? - perguntou o cidadão de Wheeling, já desesperado.
- Também não.
- Pois então, amigo... o que você faz?
- Eu mato coisas - disse simplesmente Antoine, indicando o longo facão em seu cinto. Nesse ponto o inquisidor voltou às pressas para sua própria turma na visinhança, e fomos deixados em paz pelo resto da viagem..."

-A Maré Rebelde - Alison McLeay (p. 250, 251).

Bons amigos são sempre bem vindos...

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