24 de jul. de 2010

Pedaços de uma história repetida

Já caminhei quilômetro pela casa, uma jornada sem fim, percorrendo os velhos cômodos já tão conhecidos; Já roí todas as unhas, de forma sistemática, iniciando pelo esmalte coral que antes as cobria, depois passando as unhas e em seguidas as cutículas. Tomei banho, tentei comer, tentei correr, tentei fugir, enquanto espero, de forma cruel, você me dizer qualquer coisa. Essa angústia sem fim, essa coisa que pula no peito, como um animal bravo, que se lança contra as grades de sua jaula. Essa espera... Onde você anda? O que você está pensando? O que você está fazendo? Porque faz isso comigo? É isso que me resta, solidão, angústia e perguntas, enquanto as unicas coisas que eu quero são a sua companhia, a sua paz e as suas respostas. Quero você e não posso ter...

Trecho datado de 03 de janeiro de 2010


Olho o campo e consigo ver o teu contorno me chamando. Mas não corro mais na tua direção. Já subi aquele morro correndo na tua direção muitas vezes, e não suportaria, mais uma vez chegar lá em cima e perceber que nada além da minha solidão me espera... Deve ser o calor que causa essas alucinações, ou o frio que ficou onde teus braços quentes me envolveram e onde não estão mais...

Trecho datado de 03 de janeiro de 2010 - 12:10.


Onde as coisas começaram? Ou onde elas se perderão? Enquanto estavas do meu lado não imaginei que sentiria isso, mas quando te vi partir, tudo mudou. Porque levou meu chão? Minha paz? E me deixou perdida em mim, com as coisas que colocou lá dentro?

Trecho datado de 30 de dezembro de 2009


Pela segunda vez, ,essa noite, acordei com o teu nome preso na garganta e a dor da tua ausência presa no coração. Olhei pela milésima vez o celular e o computador, mas não era ali que você estava, ali não tinha nem sinal de que um dia você tivesse passado pela minha vida. Será que foi uma alucinação o que tivemos? Ou será que tive sozinha?

Trecho datado de 21 de julho 2010.


Será que é um ciclo? Quando penso que as coisas ficaram para trás elas voltam...
Preferia-as guardadas sob a poeira do baú do passado, onde não provocam, não dentro de meu peito, desritmando as batidas cansadas do meu coração.
Você sempre teve o poder de me deixar sem ar, mas porque você o usa?

Trecho datado de 24 de julho de 2010.


Aqui estou eu, novamente, contando os malditos minutos que se arrastam, esperando alguma coisa que não sei, e pedindo pra que você me diga o que precisa dizer, ou ao menos o que eu preciso escutar.
E escrevo, de uma forma cruel, procurando dividir com quem vai ler a dor da minha angústia...

Trecho datado de 24 de julho de 2010 - 14:13.



-Roberta

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